sábado, 25 de julho de 2009

E como fica a escova de cabelo?


Férias.
A salvação pra uns, e a destruição de uma vida social (constituída com muito esforço). No meu caso em particular, é sem sombra de dúvidas a destruição.
Há dias não saio de casa e última vez que eu penteei o cabelo é apenas uma vaga lembrança em minha mente, e até pode parecer falta de higiene, mas não é se resume em falta de lugares para ir. Para quem eu ficarei bonita e apresentável? Nem meus animais de estimação querem ‘papo’ comigo.
E como fica a escova de cabelo? Objeto inútil pra mim, nessa época, em que torço por uma liquidação (de escovas de cabelo) para eu poder ter um motivo, uma razão pra poder pentear meu cabelo. Pra dizer a verdade, nem sei onde está minha escova, sinto falta de usar ela. Mas e as mulheres da época das cavernas, não usavam e ninguém falava nada. Devia até ser melhor para ‘puxá-las pelos cabelos’.
Acredite na falta do que fazer, eu arrumo a casa com tanta vontade que não me cabe no peito é incrível e inacreditável. Já tive a oportunidade de zerar dois jogos da Deluxe em dois dias (um em cada, e eu consegui a maior pontuação nos mesmos). E isso sinceramente não está incluindo nada de útil no meu cérebro, o que eu só faço é perder tempo com coisas inúteis para mim. E isso não é bom.
Se ao menos eu tivesse dinheiro, poderia comprar um livro novo (sair pra comprar um livro, ou sair pra comprar qualquer coisa), sair com os amigos, ir ao teatro, ao cinema... (tudo isso me motivaria a pentear o cabelo), mas sem dinheiro não há nada a se fazer. A não ser zerar jogos, arrumar a casa, manter o meu vício virtual e não pentear o cabelo. Férias inúteis, chatas e com certeza medíocre. Enquanto uns torcem para que as mesmas durem muito, eu faço o contrário, torço para que as mesmas acabem logo... Não sei até quando o meu cabelo irá agüentar.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Os sofrimentos do jovem Werther.


“Infeliz! Não és um tolo? Não te enganas a ti mesmo? Porque te entregas a esta paixão desenfreada, interminável? Todas as minhas preces dirigem-se a ela; na minha imaginação não há outra figura senão a dela, e tudo que me cerca somente têm sentido quando relacionado a ela. E isso me proporciona algumas horas de felicidade – até o momento em que novamente preciso separar-me dela! Ah, Wilhelm!, quantas coisas o meu coração desejaria fazer! Depois de estar junto dela duas ou três horas, deliciando-me com sua presença, suas maneiras, a expressão celestial de suas palavras, e todos os meus sentidos pouco a pouco se tornaram tensos, de repente uma sombra turva meus olhos, mal consigo ouvir, sinto-me sufocado, como se estivesse sendo estrangulado por um assassino, meu coração bate estouvadamente, procurando acalmar os meus sentidos atormentados, mas conseguindo apenas aumentar a perturbação – Wilhelm, muitas vezes nem sei se ainda estou nesse mundo! E em outros momentos - quando a tristeza não me subjulga e Carlota me concede o pequeno conforto de dar livre curso as minhas mágoas, derramando lágrimas abundantes sobre suas mãos – tenho necessidade de afastar-me, de ir para longe, e então me ponho a errar pelos campos. Nessas horas, sinto prazer em escalar uma montanha íngreme, em abrir caminho num bosque cerrado, passando por arbustros que me ferem, por espinhos que me dilaceram a pele! Sinto-me um pouco melhor então. Um pouco! E quando então, cansado e sedento, às vezes fico prostrado no caminho, no meio da noite, a lua cheia brilhando sobre minha cabeça, quando na solidão do bosque busco repouso no tronco retorcido de uma árvore, para aliviar meus pés doloridos, e então adormeço, na meia-luz, mergulhando num sono inquieto – Ah, Wilhelm!, nessas horas de solidão de uma cela, o cilício e o cíngulo de espinhos seriam um bálsamo para minha alma sequiosa! Adeus! Somente o túmulo poderá libertar-me desses tormentos.”

(J. W. Goethe, Os sofrimentos do jovem Werther, p. 69-70)

domingo, 19 de julho de 2009


Infelizmente estou doente, e com isso, todos os meus programas de final de semana deixaram de existir, assim como o Papai Noel quando não me deu a boneca que tanto queria num Natal qualquer desses ai. Sinceramente ainda não tenho certeza do que foi mais decepcionante, se foi o pobre pseudo Papai Noel ou se foi os meus planos de fim de semana. Mas como sempre fui uma boa menina (ou não), fui recompensada.
De uma forma inesperada, mas linda. É incrível como as coisas são bem mais gostosas e apaixonantes quando você não espera, quando elas acontecem naturalmente. É claro que eu não posso falar abertamente o que é afinal não posso expor ninguém (muito menos a mim) e acabar com essa magia toda.
Só posso ressaltar agora que me sinto segura e feliz. E essa felicidade ultrapassa qualquer coisa que possa ser usada para destruir esse sentimento de excitação que defino como maravilhoso. Sinto que o momento (que vai ser um dos mais importantes da minha vida) se aproxima, e a cada dia eu me preparo para que essa nova fase seja perfeita para todos os lados. E é só essa certeza que me deixa radiante de felicidade, e apenas ela que salvou meu final de semana febril!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Esse fim de semana foi repleto de surpresas e de momentos nostálgicos. Nunca imaginei que seria acolhida por pessoas tão gentis e generosas.
Em menos de 72 horas, já sinto que criei um vínculo com elas, de coleguismo e de afeto. E outras, perderam uma grande parte do meu carinho em menos de 20 minutos.
As lágrimas que cismaram de cair na sexta se apagaram da minha memória e me tiraram o remorso que eu guardava no peito. A madrugada de sábado pra domingo, foi reconfortante, e ao mesmo tempo angustiante. O sentimento de que talvez eu esteja magoando essa nova pessoa (que descobri completa admiração), com sentimentos que não posso evitar, me fez ficar um pouco chateada comigo mesma... com o que sinto. É estranho pensar em uma estranha e se importar com o que ela guarda no peito. Estou feliz, mas como será que ela está? Será que o que me disseram é verdade? E se for, o que pesaria mais?
Não sei se é porque estamos unidas pela mesma causa, ou talvez porque realmente temos gostos em comum (e isso engloba muitos gostos), sinceramente não sei, mas como já disse, descobri nela algo encantador, que eu não sei nem explicar... mas faz com que eu queira o seu bem, e a possibilidade de eu deixar o meu ‘bem’ de lado, aumenta. Acho que temos uma atração magnética... sinto que ela tem as mesmas dúvidas.
Posso até estar me enganando, mas enquanto eu não descubro, vou desvendando-a e tirando minhas próprias conclusões.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

No ônibus...

Pense num ônibus... Várias pessoas, vários objetivos (às vezes, nenhum), idéias diferentes, vários conceitos de certo e de errado, vários problemas, várias dúvidas... Várias ‘várias’ coisas...

E você está ali, ouvindo um vendedor de balas gritando “três por um real”, a pessoa do seu lado dormindo e caindo pra cima de você, os idosos reclamando da maldita dor nas costas, uma criança chorado desesperadamente porque queriam bala, e no fim do ônibus um jovem ouvindo música no celular que sinceramente, são inaudíveis na minha concepção. Quando você pensa que o nível de barulho que aquele pequeno lugar pode abrigar já superou tudo o que podia, entra uma senhora de vestido longo e começa a gritar: “Aceite Jesus, ele está voltando”.

E você ali, sozinha... Ouvindo aquela confusão de sons, que fazem com que você espere ansiosamente a hora de saltar. E nisso, você se questiona, como uma pessoa consegue agüentar aquilo, pensa no motorista e sente uma enorme compaixão por ele. Quando me levanto preste a gritar, vejo meu ponto, puxo a cordinha e me livro de todo aquele caos.