terça-feira, 1 de setembro de 2009



'Você está perguntando se é pra me enviar os meus livros? Meu caro, pelo amor de Deus, mantenha-os longe de minha vista! Não quero mais que o meu coração seja guiado, encorajado ou estimulado por eles, ele sozinho já se inflama o bastante. Precisava de um canto que me embalasse e encontrei-o em toda a sua plenitude no meu Homero. Quantas vezes consigo a tranquilidade para o meu sangue excitado, pois não há nada mais volúvel e incostante do que meu coração! Meu caro preciso dizer isso a você, que tantas vezes sofreu vendo-me passar da aflição ao desvario, da doce melancolia à paixão desenfreada? Também trato o meu coraçãozinho como uma criança doente, permitindo-lhe todas as vontades. Não diga isso a ninguém; muitas pessoas poderiam me levar a mal.'
- Goethe